O colunista Ricardo Melo, da Folha de São Paulo, defende a investigação sobre os delegados da Polícia Federal, que, nas redes sociais, explicitaram suas posições políticas, apesar de estarem conduzindo a Operação Lava Jato.
"A reportagem da jornalista Julia Duailibi dando conta do grau de partidarização da Polícia Federal provoca frio na espinha. Trata-se de uma corporação armada, não de profissionais liberais debatendo posições políticas. Que delegados tenham preferências eleitorais ninguém discute. Mas o teor de suas mensagens eletrônicas, associado ao vazamento seletivo de depoimentos supostos ou verdadeiros, fere o limite que separa convicções ideológicas da utilização tendenciosa de um processo oficial", diz ele.
Melo também criticou o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, por não devolver ao Supremo Tribunal Federal o processo que prevê o fim das doações privadas de campanha. "Impressionante é notar justamente um juiz da Corte mais alta travar uma providência que, se não resolve, ao menos pode dar alguma transparência à dinheirama das campanhas: a proibição do financiamento por parte de empresas. Embora a maioria do STF já tenha se manifestado pela proibição, o ministro Gilmar Mendes resolveu, em abril!, pedir vistas durante um prazo, ao que tudo indica, a perder de vista."
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