Decisão foi tomada depois de comentarista usar expressões proibidas em Os Pingos nos Is: Lula é ‘ladrão’, ‘amigo de ditador’, ‘ex-presidiário’ e ‘descondenado’.
O comentarista Augusto Nunes, colunista da Revista Oeste, foi afastado do programa Os Pingos nos Is, da rádio Jovem Pan, até o fim das eleições. A decisão foi tomada depois de o jornalista dizer, durante programa exibido na segunda-feira 24, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “ladrão”, “amigo de ditador”, “ex-presidiário” e “descondenado”.
Depois da exibição do programa, o vídeo foi retirado do YouTube.
O conteúdo voltou ao ar sem o trecho em que Nunes faz suas considerações sobre Lula.
“Autorizado pelo vídeo em que o TSE negou a existência de censura da Jovem Pan, resgatei no programa de ontem quatro expressões proibidas: ladrão, ex-presidiário, descondenado e amigo de ditadores”, diz o jornalista.
“Hoje, pressionado pelo TSE e por Lula, a direção de jornalismo da Jovem Pan dispensou-me dos Pingos até segunda que vem. Continuarei dizendo o que penso na Revista Oeste.”
Nesta terça-feira, o jornalista foi aconselhado pela editora-chefe da TV Jovem Pan News, Mariana Ferreira, a ficar fora do Os Pingos nos Is até 31 de outubro.
A decisão ocorre por pressão do PT e do Tribunal Superior Eleitoral, que não querem que os comentaristas políticos comentem a situação judicial de Lula.
Confrontados com o veto, os comentaristas Ana Paula Henkel e Guilherme Fiuza preferiram ausentar-se do programa pelo mesmo período imposto a Nunes. “Trabalhei sob a censura do AI-5 durante cinco anos”, diz Nunes. “As proibições de agora são menos claras, e os censores tentam dividir as restrições com os diretores dos veículos punidos.”
O jornalista acrescenta que, no momento, existe censura prévia no Brasil.
“O TSE parte da suposição de que o profissional vai escrever alguma coisa prejudicial a um candidato”, observou. “Nos tempos da ditadura militar, eles só impediam a publicação de textos lidos ou filmes vistos. A Justiça Eleitoral existe desde o governo autoritário de Getulio Vargas. De lá para cá, ela nunca censurou nenhum jornal pela publicação de mentiras, agora chamadas de fake news. Com o advento da internet, essa tarefa de distinguir o que é falso do que é verdadeiro se tornou uma tarefa impossível, o que faz com que as proibições sejam mais frequentes, menos compreensíveis e inteiramente inúteis".
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