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Frequentadores e funcionários denunciam maus-tratos a animais em zoo de Americana (SP)

Frequentadores e funcionários do Parque Ecológico Cid Almeida Franco, o Zoológico de Americana (a 126 km de São Paulo), relatam situação de abandono, maus-tratos e mortes de animais dentro do parque. A principal acusação é que houve uma redução na alimentação dos bichos por falta de pagamento aos fornecedores por parte da prefeitura, o que estaria prejudicando a saúde dos animais, principalmente dos felinos.

A foto de um leão aparentemente desnutrido e fraco chamou atenção e causou revolta nas redes sociais. Em apenas uma semana, a imagem teve milhares de compartilhamentos e centenas de comentários. Visitantes do parque levaram o caso à Secretaria do Meio Ambiente do Estado e à Polícia Ambiental. ”Já não basta estar enjaulado e preso? Agora, vão deixar os animais passando fome também. O leão está super fraco. O tigre também não está bem. Dá até tristeza ir ao parque”, disse Marili Camargo, que faz parte de uma associação de proteção animal na cidade.

Segundo funcionários do zoo que não quiseram ser identificados, desde abril os fornecedores estão abastecendo o parque no máximo duas vezes por semana. Antes disso, os alimentos eram disponibilizados três vezes por semana. ”Eles (a prefeitura) cortaram a verba. Há redução no fornecimento, o que acaba reduzindo a alimentação dos animais. No fim de semana é pior. Às vezes a gente divide a mesma fruta para espécies diferentes. Algumas aves chegaram a ficar sem alimento específico por quase um mês, foram alimentadas só com frutas. Os pelicanos ficaram dias sem peixe”, disse um funcionário que não quis ser identificado.

A demora na entrega dos alimentos é uma forma das empresas pressionarem a administração a pagar as dívidas, que passam dos R$ 3 milhões, de acordo com o Portal do Cidadão do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O valor inclui, além da alimentação dos animais do zoo, fornecimento de merenda escolar, e alimentos para atividades de assistência social e hospitais.

O contrato para o fornecimento de alimentos foi firmado com as empresas Varejão Tatu, Mult Beef Comercial e JGZana Alimentos. A mais prejudicada é a empresa Mult Beef, que espera receber R$ 1,8 milhão da prefeitura. Com a JGZana, a dívida soma R$ 880,6 mil. Já com o Varejão Tatu ultrapassa R$ 601,6 mil.

A prefeitura e a diretoria do parque negam todas as denúncias, inclusive em relação à redução no fornecimento de alimentos aos bichos. Segundo a Secretaria da Fazenda do município, o pagamento aos fornecedores vem sendo realizado. De acordo com o diretor do parque, João Carlos Tancredi, as denúncias não procedem e são infundadas. Segundo ele, a alimentação dos animais é realizada respeitando uma tabela nutricional produzida pela equipe do parque.

“A tabela nutricional possui informações de como deve ser elaborada a bandeja de alimentos de cada espécie animal presente no parque, explicando os produtos indicados como frutas, legumes, verduras, carnes, peixes, ração, etc., a quantidade por animal e em cada recinto, além da frequência. Os produtos hortifrutigranjeiros são entregues ao setor em três dias da semana, os produtos de açougue, semanalmente, e a ração, quinzenalmente”, explicou.

Semanalmente, os animais do parque consomem quatro toneladas de ração, 290 quilos de carnes, 882 quilos de hortifrutigranjeiros. Ainda segundo o diretor, a informação de que o número de animais caiu é incorreta. “Não sabemos de onde a informação saiu, mas não é realidade. Fazemos um Censo, anualmente, e os números só aumentam”.

Segundo o parque, em 2011, o zoológico fechou o ano com 112 espécies de animais e 444 exemplares. Em 2012, havia 105 espécies e 476 exemplares e, em 2013, o número aumentou para 110 espécies e 527 animais. ”O óbito de animais é normal, assim como o nascimento. Trabalhamos com a reprodução em cativeiro, temos trocas de animais com outros parques e trabalhamos, diariamente, cuidando desses animais. Sentimos-nos ofendidos com as informações, podemos provar que elas não procedem”, acrescentou ele.

Já em relação ao leão, Tancredi informou que a perda de peso é decorrente de seu envelhecimento e do fato de que a leoa estava no cio, deixando o macho em estado de ansiedade e sem apetite.

Além dos frequentadores do parque, o zoo solicitou uma vistoria técnica da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo para constatar a realidade do parque. A Secretaria informou que acompanha as denúncias e que a visita ao local ocorrerá nos próximos dias. O órgão informou em nota que “toda vez que é verificado maus-tratos ou qualquer irregularidade que comprove dano ambiental, a SMA toma as medidas cabíveis, que vão desde auto de infração/advertência a interdição”.

Fonte: Bol

Nota da Redação: Além de terem sua liberdade negada e viverem aprisionados durante toda suas vidas, os animais de zoológicos sofrem de doenças e de distúrbios comportamentais devido ao estresse a que são submetidos. Segundo o  próprio diretor do Parque Ecológico Cid Almeida Franco, os animais são reproduzidos e trocados, ou seja, são objetificados. Empreendimentos desse tipo são alvos constates de denúncias de abuso, como o Zoo de Copenhague, que assassinou uma girafa e dissecou seu corpo em público e o zoológico da morte da Indonésia, onde um leão foi encontrado morto, enforcado em sua própria jaula. No Brasil, os animais do Parque das Hortênsias e do Zoológico de Araçatuba são vítimas constantes de abusos e negligência, além do caso do corte de verba da alimentação, e consequentemente, emagrecimento dos residentes do zoo de Americana.

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