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Mulheres de Caruaru emitem nota sobre o caso Cláudia Silva

Um grupo de mulheres de Caruaru (PE), se uniu para a construção de uma nota sobre o caso Cláudia Silva. 

Segue nota. 

"Somos Todas Arrastadas Mais uma mulher arrastada, é a maneira mais dura que temos para começar esse texto. 

Mais um que não queríamos começar. Mais uma mulher vítima das violências. 

No plural. Cláudia Silva Ferreira, negra, mãe, pobre, arrastada por 250 metros, por uma viatura da Polícia Militar do Rio de Janeiro, sob o comando de três policiais, aos quais são atribuídos (em soma), 62 casos que acabaram em morte. S.P.T., diarista, mãe, arrastada pelos cabelos, pelo homem que a delegacia e a imprensa chamam de companheiro, por não ter feito o almoço. 

M.S., 16 anos, morta e arrastada até o córrego onde foi deixada pelo padrasto, que a assassinou, porque a mesma ameaçou denuncia-lo à polícia por assédio. B.C.V., 25 anos, arrastada pelo passado, onde foi assediada pelo tio e nunca contou, por medo da reação da família. Arrastadas, arrastadas, arrastadas. 

O número de mulheres assassinadas em Caruaru (6), ‘W.K.F., 24 anos, assassinada pelo ex namorado. C.M.S., 43 anos, assassinada a facadas pelo marido, dentro de casa. A.M.S., 29 anos, assassinada e com motivos ainda desconhecidos. N.S.D., 57 anos, assassinada por outra mulher, por causa de uma pensão. J.X.M., 15 anos, assassinada por uma dívida de R$ 100 (reais). M.B.B., 30 anos, assassinada a facadas pelo marido’, está longe de ser aquele que queremos (0). Entretanto, algumas coisas precisam ser informadas\garantidas. 

Como militantes das causas de gênero, precisamos ter planejamento e implementação de políticas públicas para mulheres. Ouvidoria, acolhimento, encaminhamento, formação, construção. Queríamos (mesmo) poder arregaçar nossas mangas, alças e botões e fazer plantão na porta da casa de cada vítima. Alguns grupos o fazem. 

O estado nos separa. O estado nos dá a polícia militar e por vezes, a polícia militar arrasta, apagam os passos. Calam. Repudiamos toda e qualquer forma de violência: Gritos, tapas, prisões, amarras. As desejamos libertas. 

As desejamos fortes. As desejamos Cláudias, mas as desejamos vivas. Vivas e conscientes de seus direitos. Vivas e vivendo, não sobrevivendo, não se arrastando, não sendo arrastadas. 

O que fazer então? Primeiro, indignar-se a tal ponto que rompêssemos o silêncio e, sobretudo, a hipocrisia. Segundo, dialogar e reconstruir a história das arrastadas, dando-lhes memória e identidade, por isso, não as esquecendo na próxima notícia ou Gol de Placa. Não esquecendo jamais das tantas Cláudias, Marias, Anas. Não esquecendo. 

Por: Bárbaras Vasconcelos, Katherines Lages, Rachels Bragas, Amandas Samaras, Joselmas Franças. Feministas, Militantes, Jornalistas, Professoras, Pedagogas, Estudantes, Psiclogas, Mães, Filhas. Negras, pardas, jovens, idosas. Trabalhadoras, lutadoras, indignadas, Arrastadas. Emancipadas. Cláudias Silvas Ferreiras.

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