Pesquisa do Gartner mostra que CEOs estão vendo o tema de outra maneira.
Durante anos, a cibersegurança foi tratada, nas salas de decisão, como uma função de proteção. Algo necessário, mas frequentemente visto como custo, compliance ou mitigação de riscos.
Esse cenário, no entanto, vem mudando de forma acelerada, e os dados mais recentes da pesquisa do Gartner com CEOs e executivos seniores deixam isso bastante claro.
O levantamento mostra que 85% dos CEOs já consideram a cibersegurança um pilar para o crescimento dos negócios. Este é um indicativo claro de que a cibersegurança deixou de ser uma preocupação restrita ao time técnico e passou a ser uma preocupação estratégica da alta liderança.
Não é difícil entender as razões. Afinal, estamos assistindo a um ambiente de negócios em que os riscos não são apenas operacionais, mas sim estruturais.
A adoção massiva de Inteligência Artificial e discussões geopolíticas sobre a origem e o controle de tecnologias aumentaram significativamente a superfície de exposição das organizações.
O que antes era tratado como uma ameaça potencial se tornou um componente real das decisões de expansão, de entrada em novos mercados e até mesmo de desenvolvimento de produtos.
Ainda de acordo com a pesquisa, 61% dos CEOs já apontam as ameaças cibernéticas como uma de suas principais preocupações. Isso reforça um ponto que, pessoalmente, venho destacando em conversas com executivos de diversos setores: segurança não é um fim. Ela é um meio e, cada vez mais, um habilitador para a geração de valor.
Quando a liderança entende que segurança vai além da proteção operacional e se torna um pilar para a confiança digital, a proteção de ativos e a resiliência dos negócios, o diálogo passa a ser mais estratégico.
Isso exige, naturalmente, uma mudança na própria abordagem dos líderes de segurança da informação. O desafio não é apenas técnico; agora, ele é de comunicação, de alinhamento com os objetivos estratégicos e de posicionamento dentro da organização.
É necessário construir narrativas que conectem segurança com crescimento, com expansão e com a sustentabilidade dos negócios. E isso não é mais opcional. É mandatário.
Esses e outros temas serão debatidos por especialistas do Gartner e as lideranças de cibersegurança do Brasil na Conferência Gartner Segurança & Gestão de Risco 2025, nos dias 5 e 6 de agosto, em São Paulo (SP).
Neste grande relançamento de conferências do Gartner no Brasil neste ano, discutiremos como as organizações podem não só se proteger, mas transformar segurança em vantagem competitiva. E, principalmente, como líderes de segurança podem ocupar, cada vez mais, um papel estratégico nas decisões que moldam o futuro dos negócios.
* Paul Furtado é VP Analista e Chairman da Conferência Gartner Segurança & Gestão de Risco Brasil 2025
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